Autoridade mundial da suinocultura visita Marechal Rondon
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A partir de uma iniciativa da Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Marechal Cândido Rondon (Acimacar), por meio da vice-presidência para assuntos do Agronegócio, em parceria com a Associação Municipal dos Suinocultores (AMS) e Associação Regional dos Suinocultores do Oeste do Paraná (Assuinoeste), esteve no município rondonense o médico veterinário Flauri Ademir Migliavacca, que também é sócio-proprietário da Mig-Plus Nutrição Animal, localizada em Casca (RS), integra o corpo de jurados internacional da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS) e é considerado autoridade mundial na área de suinocultura.
Na quinta-feira (22), o profissional ministrou uma palestra para cerca de 150 produtores, oportunidade em que falou sobre agronegócio, mercado mundial e bem-estar do animal, dentre outros assuntos. Ontem (23) ele participou de uma entrevista coletiva com a imprensa rondonense. Na ocasião, destacou que o Brasil tem grandes chances de aproveitar as oportunidades na produção de carne, tendo em vista que a necessidade é maior do que o crescimento da população propriamente dita. “Quer dizer, temos um crescimento de 10% da população no mundo e a necessidade de carne é 25%, 30% a mais. Tem gente que está tendo mais renda do que o consumo de renda atual. Pessoas na China, Índia, que estão entrando no mercado de consumo, precisam de carne. E nós temos para suprir essa necessidade”, afirma.

Preço do milho
Questionado se a produção do biocombustível que utiliza o milho como matéria-prima não pode fazer com que falte o grão no mercado ou aumente o custo de produção do produtor, o médico veterinário admite que isso realmente vai acontecer, e que com o problema entre etanol e petróleo deve ocorrer uma disputa ferrenha por commodities. “O milho hoje virou petróleo, o qual está custando US$ 100 o barril. Como o país está mandando para o exterior 10,5 de toneladas de milho, que vai se concretizar até o final de dezembro, sem sobretaxa? A sobretaxa do milho é 2%, por que o governo brasileiro não sobretaxa em 30%, 40%? Daí o milho fica aqui no Brasil. No final de janeiro e fevereiro, a procura por milho é muito grande e com isso o preço vai subir, pois todos querem. O país tem que ter uma política muito mais definida para todos os setores. Hoje, infelizmente, o Brasil só está pensando em cobrar imposto, mas não devia fazer isso com o brasileiro”, detalha.
O que falta, na realidade, segundo Migliavacca, para que o milho fique no Brasil bem acumulado e bem pago, é estratégia. “Quando os outros países precisarem do milho, o governo devia sobretaxar o produto. Porque daqui um mês vai faltar milho e o governo brasileiro vai ter que comprar, e vai comprar milho ruim, milho americano da safra 2000, 2001, sendo que eles estão comprando milho da safra atual brasileira, que é de qualidade”, declara.

Questão sanitária
Durante a entrevista, o médico veterinário também falou sobre a questão sanitária. Conforme o profissional, o Brasil tem tido uma postura muito política no que se refere à sanidade, enquanto devia haver uma postura mais técnica. “Por exemplo, no Rio Grande do Sul, quando aconteceu o problema da aftosa, em 2000, havia 39 animais com problema. Seria muito mais simples matar os 39 animais e não gastar R$ 25 milhões para vacinar todo o rebanho, como aconteceu. Três meses depois estaríamos com o novo status de Rio Grande do Sul livre de febre aftosa sem vacinação. Mas o que acontece? Política. Então hoje, febre aftosa não é doença. Eu vou me permitir dizer isso: é uma doença política, em que alguém diz que tem e outro diz que não tem. O que as pessoas do exterior vão pensar quando querem comprar nossa carne e nós temos dúvidas se há ou não febre aftosa? Eles não vão comprar enquanto o Brasil discute se tem ou não febre aftosa. O Brasil tem que investir, sim, em sanidade animal, e com dinheiro público”, menciona.

Bem-estar animal
Um dos assuntos mais importantes para o profissional diz respeito ao bem-estar animal. De acordo com Migliavacca, o Brasil ainda está muito atrasado no sentido de relacionamento humano-animal. “Quer dizer, estamos comendo a carne do animal, seja bovino, suíno e até frango, e não estamos cuidando dele para que ele possa entrar no prato de comida com carinho. E não é a petização que estou falando, mas sim que o animal tem que ser bem tratado, viver em um bom ambiente. Para chegarmos ao mercado mundial precisamos fazer o tema de casa: não mais maltratar o animal, e quando formos matar um animal, fazer isso de forma humanitária. O bem-estar animal, portanto, é muito importante para chegarmos ao mercado mundial”, aponta.

Região Oeste
Por fim, o veterinário fez uma avaliação da suinocultura da região Oeste do Paraná. Para ele, Marechal Cândido Rondon e Toledo, juntamente com Castro, são os três municípios que possuem a maior produção de suínos no Paraná. “E diria que até mesmo do Brasil. Aqui tem tudo para dar certo. Tem lavouras com alta tecnologia, por que não transformar todo o grão em carne? Por que vender o grão? Isso é um paraíso e tem que investir neste setor”, finaliza.


LEGENDA:
Presidente da Assuinoeste e vice-presidente da Acimacar para assuntos do Agronegócio, Armindo Bellé; presidente da Acimacar, Oldemar Rohloff; presidente da AMS, Alaor Bressan; ladeando Flauri Migliavacca, em companhia de demais integrantes da Mig-Plus


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