Representantes do setor agropecuário de Marechal Cândido Rondon estiveram reunidos, ontem (22), na sede da Associação Comercial, Industrial e Agropecuária (Acimacar), para definir as estratégias da primeira etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa. Estiveram presentes ao encontro o vice-presidente da Acimacar para Assuntos do Agronegócio, Eloi Podkowa, o chefe do Núcleo de Toledo da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), João Luis Raimundo Nogueira, a chefe da unidade da Seab de Marechal Rondon, Miriam Brüggemann, assim como representantes do Sindicato Patronal Rural, Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Associação Leite Oeste, prefeitura rondonense, Associação Municipal de Suinocultores (AMS), Copagril, Emater, lojas agropecuárias e Conselho de Desenvolvimento Agropecuário (CDA).
Diferenciais
Este ano a campanha contará com dois diferenciais. O primeiro é que o período de vacinação terá dez dias a mais, ou seja, terá início em 1º de maio e prossegue até 31 de maio. Neste período os produtores rurais devem providenciar a vacina, aplicá-la no rebanho e comprovar a imunização junto à unidade veterinária. “Antes a campanha tinha apenas 20 dias e os dez dias restantes eram destinados somente à comprovação”, reforça a chefe da unidade rondonense da Seab, médica veterinária Miriam Brüggemann.
Conforme a profissional, outro diferencial é que só serão vacinados animais com até 24 meses. Nas edições anteriores da campanha todo o rebanho precisava ser imunizado. Nas áreas consideradas de risco, receberão a vacina em torno de 350 animais, em cerca de 48 propriedades. “Precisamos, no entanto, deixar bem claro que mesmo quem não tenha rebanho até dois anos precisa comprovar o plantel existente na propriedade junto à Seab”, alerta.
Status sanitário
A mudança é uma estratégia do Governo do Estado visando retirar a imunização com vacina para que o Paraná receba o status de área livre de febre aftosa sem vacinação. “Estudos demonstram que a vacina protege por um período de um ano, então faremos isso para que eventualmente numa sorologia a gente não tenha confusões sobre o que é reação vacinal e o que seria uma reação de circulação viral no local”, explica.
Avaliação positiva
O vice-presidente da Acimacar para Assuntos do Agronegócio, Eloi Podkowa, após o encontro, avaliou de forma positiva o engajamento de diversas entidades em prol da vacinação contra a febre aftosa. “Inclusive tivemos uma representação muito boa do Núcleo Regional da Seab de Toledo e de Marechal Rondon. Os profissionais estiveram presentes e nos repassaram informações sobre a nova resolução da vacinação, que inicia no dia 1º. Além disso, pudemos discutir as mudanças e as estratégias de vacinação. Isso é importante para todos nós, pois a agropecuária é significativa e representa uma porcentagem muito grande na economia. Por isso, toda a cadeira precisa estar protegida”, declara.
2010/2011
De acordo com o chefe regional da Seab, João Luis Raimundo Nogueira, o Governo do Estado vem trabalhando para atingir, em 2010 ou mais tardar 2011, o status de área livre de febre aftosa sem vacinação. Atualmente, somente Santa Catarina detém deste status, enquanto o Paraná é considerado área livre de febre aftosa com vacinação. “Estamos caminhando a passos largos para tornarmos o Paraná área livre de febre aftosa sem vacinação. Este status vai propiciar uma condição de mercado melhor para o Estado, quer dizer, vamos poder ampliar o nosso mercado lá fora, os nossos produtos vão se tornar mais competitivos, e quem ganha com isso é o produtor, a economia do Paraná e, principalmente, a economia regional, pois somos essencialmente produtores agrícolas, principalmente na questão pecuária, em que a questão sanitária é imprescindível para que no exterior não existam barreiras. As barreiras que existem hoje são as não tarifárias, e estas basicamente são as barreiras sanitárias. Então estamos no caminho certo para ampliar o mercado, dar uma condição boa ao produtor, aos municípios para que as arrecadações aumentem e haja um retorno maior de ICMS, porque aí há uma melhora no valor bruto da produção agropecuária”, detalha.
Para que isso seja possível, a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento vem sendo reestruturada e recebendo investimentos, como a contratação de veterinários e técnicos agrícolas; fortalecimento da fiscalização nas barreiras sanitárias de todo o Paraná; renovação da frota de veículos; estruturarão da parte de informática; Guias de Trânsito Animal (GTA) informatizadas para um melhor rastreamento do rebanho, dentre outros. “Estamos reestruturando também os Conselhos de Sanidade Agropecuária (CSA’s), com reuniões em todo o Paraná, inclusive em Marechal Cândido Rondon. Isso vai fortalecer nossa condição de fiscalização, porque estes serão os nossos maiores suporte, junto com o trabalho que vem sendo feito no Estado”, afirma João Luis.
Legenda: Representantes de diversas entidades e empresas ligadas à agropecuária estiveram reunidas ontem (22), na Acimacar, para discutir a vacinação contra febre aftosa
Crédito: Maria Cristina Kunzler